Quantos Estudiosos da Simbologia ?

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Velha Pátria

Ele ouvia a velha a falar...

Ela queixava-se de todo o corpo
Falava do que tempo que já não ia durar
E de como o velho já andava torto
Na mesa da cozinha ela abria-se para o novo
E ensinava-lhe o que uma mulher quer
As peles caídas e vividas de um povo
Abanavam pelo braço, até a mão que segurava uma colher
Comia um pudim flan
E bebia litros de malibu cola
A velha era tudo, menos sã
Nas cuecas levava o pão, faziam de sacola
A luz do candeeiro de luz florescente
Faziam-lhe realçar a pele oleosa
Mas nas grutas das rugas era eminente
Como a devastação tinha sido furiosa
Acabou o malibu e o pudim
E a velha disse em tom de conclusão
Agora que te ensinei a dar valor, dá-mo a mim
A velha pátria, a tua velha nação

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Prefácio de um Suicídio de Sociedade

'Em tempos de guerra não se limpam armas'...
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Escrever antes de cometer um suicídio parece tão cliché. Acho que ao longo dos tempos todo o ritual do suicídio foi deixado um pouco de lado, e até mesmo trocado, por um final bruto da vida de quem por alguma razão não a conseguia aguentar das melhores das formas, ou até mesmo, de forma nenhuma (ou alguma, como preferirem).
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Como é cometer um suicídio? Acho que nunca vamos conseguir ter uma resposta que mereça realmente ser ouvida.. Se o suicídio foi bem elaborado, duvido piamente, que essa pessoa vos consiga dizer seja o que for. Por outro lado, se essa pessoa por alguma razão conseguir sobreviver a esse processo de finalização de vida, não será uma resposta que merece destaque, não viveu todo o momento.
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Não viveu o momento … É interessante usar esta expressão quando se fala sobre deixar de viver, logo se o objectivo é não viver mais, que já esse momento não viveu já se suicidou em parte, continuando vivo. A Morte e a Vida não são completas até ao fim, se não soubermos aproveitar o melhor dos dois mundos (sim, melhor dos dois mundos, acho mesmo a Miley Cyrus uma linda miúda). Vejam a vida como um 'Best Of' em DVD, e em só alguns casos, alguns quer dizer muito poucos, em Blu-Ray com direito a HD. Existe claro um leque de pessoas que gosta de ver esse vídeo em Fast-Forward, cada um reproduz as coisas como bem lhe sabe melhor.
A verdade é que todos estamos a ver um DVD de edição limitada ao Stock Existente, e imaginem, o Stock só tem um, e que muitas vezes, nem é o vosso número! Esperem, um DVD não tem tamanho.. Vamos fechar os olhos e por um momento, vamos fingir que sim !
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Eu posso dizer que o meu DVD é dos mais estranhos que podia ter arranjado, preferia um só largo, ou um só apertado, mas não um que encolhe-se e estica-se como um gato a espreguiçar-se! Um dia acordo e isto é apertado e sinto-me asfixiado, sinto que não tenho espaço para fazer alguns movimentos de ginastica, o que me impede de poder arriscar, sinto-me controlado e sob carregado por tanta coisa a apertar. Noutros dias, é tão largo que nem o sinto em cima, e nesses dias, consigo ir onde nunca tinha ido, consigo dizer o que nunca tinha dito, consigo ser o que nunca ninguém foi.
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O que muita gente não sabe, é que esse tamanho é controlado por vocês Vocês têm o maior poder de todos, o poder que ninguém vos pode tirar (menos que vos metam em estado vegetativo), o poder de decidir! O poder de escolher, o poder de PENSAR!!! O PODER DE PENSAR! Falar de morte e de pensar no mesmo texto pode parecer um pouco estranho, mas o que não é estranho? Tudo é estranho, se acharmos tudo estranho. Não há um livro que diz como temos ou não de pensar, agir e reagir. Porque afinal somos livres. Se eu quiser andar nu, se calhar não vou ser bem visto.. mas eu não sou livre? Se calhar eu quero andar com um penteado com uma cor alucinante e toda a gente vai olhar, mas eu não sou livre?
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A liberdade é a maior mentira que nos dão diariamente, e em doses industriais. Comparo essa liberdade que eu tenho como o acto de dar uma chucha a uma criança pequena quando ela chora por fome. Aquilo não é comida, mas ela fica caladinha .
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Acho que me vou calar antes que eu seja censurado por um qualquer engenheiro socrático.. Se a Manuela foi.. mas ela sempre teve uma grande boca (trocadalho do carilho) .

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mini Ode de um Sr. Proxeneta

Adoro tomar banho e andar em pelota
E andar nu a mexer ovos na cozinha
Adoro também a forma como enfio a bolota
Na peida, da minha vizinha
Adoro andar nu pelo elevador
Mas não gosto que ninguém se intrometa
E em dias de maior amor
Chamam-me, Sr. Proxeneta
Mas nem todos os dias são de respeito
Eu já vivi isso na pele
Mas quando me apanham e me venho a eito
Venho-me jarras cheias de mel
Não gosto que interrompam a programação
Prefiro ver o que vai a seguir na minha ZON BOX
Mas mesmo assim, quando é melhor não
Eu deliro a ver, as series da FOX
Gosto das ter comigo a ver TV
Mas nem sempre elas dão valor
Nem quando as deixo ver o Você na TV
Elas deixam de me ter rancor
Se querem respeito, façam por isso
Talvez assim, eu tenha consideração
Mas até lá, fiquem-se por me chuparem o chouriço
A mim, vosso Patrão
Não interessa se a TV tem cor
Ou se quando me venho faço uma careta
Seja com ou sem amor

Chamem-me sempre, Sr. Proxeneta

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Roaring Elbow !!

Sinto aquela adrenalina a correr-me nas veias. Gosto do que sinto quando arreganho os dentes,
sinto as minhas bochechas a recuarem, o pescoço a fazer notar as veias. Sentir a pulsação
acelerada.

Gosto de rodar e sentir os meus pés a pisarem o ringue de uma maneira estupidamente
forte e rápida. Adoro a forma como ergo o braço e sinto o peito a esticar. Deliro com o cerrar do punho e a de fazer braço rijo e firme.

Gosto de dançar sobre mim próprio momentos antes do verdadeiro momento chegar. Adoro o choque de carnes. Adoro conseguir sentir toda a minha força num só movimento. Gosto de sentir que consigo deixar alguém aos meus pés.

Finalmente o trabalho árduo valeu a pena. Finalmente recolho os frutos dos antebraços inchados de semanas e semanas. Os olhos vermelhos de tempo em frente ao computador deram em algo bom.

Por fim consigo ver que nada foi em vão. Sentir que noites de estudo esmiuçado deu lucro. Por fim, quando enfio o meu cotovelo na cara de alguém, penso, mas que bom Roaring Elbow.




domingo, 11 de outubro de 2009

Como bato.

Bato forte, fortemente
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Enquanto chamo por ti
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Se me venho, ou não me venho?
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Não me vim certamente
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Porque nunca me venho assim.

Prostituição!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Autopsicografia Simbolica

Odeio o nome poeta

Faz-me sentir que sou antiquado

Escrevo poemas ou apenas um texto pateta
Dispenso ser rotulado
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Sinto-me incompleto
Se não passar para escrita o que sinto
Mas quando passo, apresento o meu intelecto
E deixo ler a verdade da realidade que minto
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Abro o mundo diariamente
O Império que me fez Imperador
E torna-me tão Simbolicamente
Como a mestria em Pessoa, um fingidor
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Homenagem ao melhor escritor português de todos os tempos, que a sua alma e mestria para a escrita descansem em paz.
Fernando Pessoa : 1888-1935